John MacArthur, Jr.
“Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou a Esrom; Esrom, a Arão; Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom; Naassom, a Salmom; Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias” (Mateus 1.3-6).
A genealogia de Jesus nos mostra a obra da graça de Deus em Sua escolha de quatro ex-rebeldes, quatro mulheres (as mulheres só são listadas até à menção de Maria), através das quais o Messias e Rei viria. Essas mulheres são ilustrações excepcionais da graça de Deus e, por esse motivo, estão incluídas na genealogia, contrariando a regra de que apenas homens sejam mencionados.
A primeira proscrita foi Tamar, a nora cananéia de Judá. Deus tirara a vida do seu marido, Er, e de seu irmão mais novo, Onã, por causa da sua maldade. Então, Judá prometeu à jovem viúva e sem filhos, que o seu terceiro filho, Selá, se tornaria seu marido e lhe daria filhos em nome de seu irmão, quando ele crescesse. Depois que Judá não conseguiu cumprir essa promessa, Tamar se disfarçou de prostitua e enganado, Judá teve relações sexuais com ela. Desta união ilícita nasceram dois filhso gêmeos, Perez e Zera. A história sórdida é encontrada em Gênesis 38. Como podemos ver na genealogia, Tamar, Judá e Perez estão juntos na linha messiânica. Apesar da prostituição e incesto, a graça de Deus veio sobre três pessoas que não mereciam nada, incluindo uma prostituta gentia desesperada e enganosa.
A segunda proscrita também era uma mulher gentia. Ela também era culpada de prostituição. No entanto, ao contrário de Tamar, para esta a prostituição era uma profissão. Raabe, uma moradora de Jericó, protegeu dois homens israelitas que Josué tinha enviado para espiar a cidade. Ela mentiu para os mensageiros do rei de Jericó, a fim de salvar os espias, porém, por causa de seu temor e seu ato de bondade para com seu povo, Deus poupou a sua vida e de sua família quando Jericó foi sitiada e destruída (Josué 2.1-21; 6.22-25). A graça de Deus não só poupou sua vida, mas a trouxe para a linhagem messiânica, como esposa de Salmom e mãe do piedoso Boaz, que foi avô do grande Davi.
A terceira proscrita foi Rute, a esposa de Boaz. Como Tamar e Raabe, Rute era gentia. Depois que seu primeiro marido, um israelita, morreu, ela veio para Israel com sua sogra, Noemi. Rute era piedosa, amorosa e uma mulher sensível, que aceitou o Senhor como o seu próprio Deus. Seu povo, os pagãos moabitas, era o produto das relações incestuosas de Ló com suas duas filhas solteiras. A fim de preservar a linhagem da família, porque elas não tinham maridos ou filhos, cada uma embebedou seu pai e fez com que ele tivesse relações sexuais com ela. O filho fruto da união de Ló com sua filha mais velha foi Moabe, pai de um povo que se tornou um dos mais implacáveis inimigos de Israel. Malom, o israelita que se casou com Rute, tinha violado a lei mosaica (Deuteronômio 7.3; cf. 23.3; Esdras 9.2; Neemias 13.23). Muitos comentaristas afirmam que a sua morte precoce, e de seu irmão, foi juízo divino por causa da sua desobediência. Embora fosse uma pagã moabita, sem direito a se casar com um israelita, a graça de Deus não somente trouxe Rute para a família de Israel, mas, mais tarde, através de Boaz, para a linhagem real. Ela se tornou a grande avó de Israel, o rei Davi.
A quarta proscrita foi Bate-Seba. Ela não é identificada na genealogia pelo nome, mas é apenas mencionada como a esposa de Davi e ex-mulher de Urias. Como já mencionado, Davi cometeu adultério com ela, e enviou o seu marido para a frente de batalha para ser morto, e depois a tomou como sua própria esposa. O filho fruto do adultério morreu na infância, mas o próximo filho nascido deles foi Salomão (2 Samuel 11.1-27; 12.14,24), o sucessor do trono de Davi e continuador da linhagem messiânica. Pela graça de Deus, Bate-Seba se tornou esposa de Davi, a mãe de Salomão, e uma ancestral do Messias.
A genealogia de Jesus Cristo é infinitamente mais do que uma lista de nomes antigos. É muito mais do que uma lista de antepassados humanos de Jesus. É um belo testemunho da graça de Deus e do ministério de Seu Filho, Jesus Cristo, o amigo dos pecadores, que não veio chamar os justos, mas pecadores (Mateus 9.13). Se Ele chamou pecadores, pela graça, para serem seus antepassados, devemos ficar admirados quando Ele os chama, pela graça, para serem seus descendentes? O rei apresentado aqui é verdadeiramente o Rei da graça!
FONTE: The MacArthur Commentary.
Tradução livre: Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima
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