segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Dívida pública sobe 10% em 2011, para R$ 1,86 trilhão, diz Tesouro

A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, subiu 10,17% em 2011, para R$ 1,86 trilhão, segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (30) pela Secretaria do Tesouro Nacional.
O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 172,3 bilhões. Em 2010, a dívida pública havia registrado o crescimento de 13,15%, ou R$ 197 bilhões, para R$ 1,69 trilhão.
Fatores para o crescimento
O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado com a apropriação de R$ 211 bilhões em juros e, também com a capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 45 bilhões em 2011 (incluído dentro das emissões totais). Por outro lado, mesmo com a capitalização do BNDES, houve um resgate líquido de papéis (resgates superando as emissões de títulos públicos) no valor de R$ 39,2 bilhões no ano passado, informou o Tesouro Nacional.
BNDES
O valor da capitalização do BNDES em 2011, de R$ 45 bilhões, com o objetivo de manter a oferta de crédito no último ano, é menor do que os R$ 80 bilhões emitidos em 2010.
Para 2012, o Tesouro Nacional informou que novas emissões para o BNDES poderão acontecer. O chefe da instituição, Arno Augustin, informou na última sexta-feira (27) que, caso seja necessário, um novo aporte de recursos poderá ser feito, mas em menor valor do que aconteceu em 2011 (R$ 45 bilhões). Em janeiro, o Tesouro já emitiu R$ 10 bilhões para o banco público.
Programação para 2011
A programação da Secretaria do Tesouro Nacional para a dívida pública em 2011 era de um crescimento de até R$ 236 bilhões na dívida pública, para R$ 1,93 trilhão. O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública em 2011 previa um patamar entre R$ 1,8 trilhão, o que representaria um crescimento de R$ 106 bilhões, e R$ 1,93 trilhão (expansão de R$ 236 bilhões), para a dívida pública brasileira no fim deste ano.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado um crescimento de 11,16%, para R$ 1,78 trilhão. Em dezembro de 2010, a dívida interna estava em R$ 1,6 trilhão. Neste caso, o crescimento foi de R$ 179 bilhões.
Já a dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou a redução de 7,55% no ano passado, para R$ 83,3 bilhões bilhões. No fim de 2010, o estoque da dívida externa estava em R$ 90,1 bilhões. A dívida externa recuou R$ 6,81 bilhões em 2011.
Perfil da dívida
No ano passado, o governo continou sua estratégia de tentar emitir mais títulos prefixados, ou seja, com correção fixa determinada no momento do leilão. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de "swap cambial". Em dezembro de 2011, o percentual de papéis prefixados somou 38,28% do total, ou R$ 682 bilhões, contra 37,93% no fechamento de 2010, ou R$ 608 bilhões.
Os títulos atrelados aos juros básicos da economia (os pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação reduzida em 2011 - seguindo também uma estratégia do Tesouro Nacional. No fim do ano passado, representaram 31,7% do total (R$ 565 bilhões), em comparação com 33,3% no fechamento de 2010 (R$ 535 bilhões).
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação) somou 29,6% no fim de 2011, o equivalente a R$ 527 bilhões, contra 28,14% no fechamento de 2010, ou R$ 451 bilhões. Os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, por sua vez, somaram 0,4% do total no fim de 2011, ou R$ 7,2 bilhões, contra 0,57% no fim de 2010, ou R$ 9,17 bilhões.

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