Como diria o colega jornalista Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”, deve ser difícil viver num país sem liberdade de ir e vir e sem liberdade de expressão. Sem liberdade de expressão, não existem as demais liberdades e não existe democracia. Foi uma atitude firme do governo brasileiro, com a orientação da própria presidente Dilma Rousseff.
Sente-se uma mudança em relação a regimes autoritários. O presidente do Irã, por exemplo, acaba de visitar Cuba, Venezuela, Nicarágua e o Equador, mas não veio ao Brasil. O porta-voz de Mahmoud Ahmadinejad reclamou que a presidente Dilma estaria estragando uma amizade construída por Lula.
Corajosa e firme, a presidente brasileira deixa o governo cubano tendo de dar uma resposta, porque esse visto saiu poucos dias antes de ela realizar viagem oficial a Havana. O Brasil garante a entrada de Yoani Sanchez, mas não há garantia de que ela possa sair de Cuba.
Ninguém pode sair da ilha sem autorização do governo, a não ser fugindo. Foi o que tentaram os dois boxeadores cubanos nos Jogos Pan-Americanos no Rio. Eles tinham visto brasileiro, mas num episódio estranho foram postos num avião venezuelano e levados de volta a Cuba, em 2007.
Yoani Sanchez é crítica da ditadura dos Castro, que já resiste 52 anos. Essa é a quinta tentativa de vir ao Brasil e a primeira vez que consegue o visto. Uma vitória dos defensores da democracia no Brasil.
Se ela conseguir vir ao Brasil para o lançamento do filme em Jequié, na Bahia, em fevereiro, já não corre o risco de ser deportada de repente, porque tem um visto muito especial – e o ministro da Justiça não é o daquele tempo.
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