sábado, 4 de maio de 2013

A TRADIÇÃO REFORMADA NO TERCEIRO MUNDO

Por Alderi Souza de Matos



A fé reformada implantou-se inicialmente no hemisfério norte (Europa e América do Norte). Depois, foi levada para várias regiões de colonização anglo-saxônica em outros continentes. Por fim, deitou raízes entre as populações locais de muitos países do chamado “terceiro mundo” – Ásia, África e América Latina. A seguir, são apresentados alguns casos significativos, com dados estatísticos referentes em especial às igrejas presbiterianas.


1. Ásia. O esforço missionário levou a fé reformada para várias regiões desse continente ainda no século 19. Tal foi o caso da China, onde os missionários presbiterianos chegaram em 1844. Hoje, apesar de mais de meio século de regime comunista, as igrejas continuam crescendo, embora o número de adeptos não seja conhecido. Na ilha de Taiwan ou Formosa (China Nacionalista) existe uma forte igreja presbiteriana com 222 mil membros. Na Índia, existem muitos presbiterianos em duas organizações: a Igreja do Sul da Índia e a Igreja do Norte da Índia; a igreja presbiteriana, com 800 mil membros, é a maior denominação do nordeste do país. Na Indonésia, existem muitos grupos reformados, sendo a principal causa das divisões o regionalismo (são 13 mil ilhas). Caso mais intrigante é o da Coréia do Sul, onde o presbiterianismo chegou em 1884. Devido a uma série de controvérsias, hoje existem mais de cem denominações presbiterianas! As seis maiores totalizam acima de 4 milhões de membros. Outros dois casos surpreendentes são o Paquistão, um país fortemente islâmico, cuja igreja presbiteriana tem 400 mil membros, e o arquipélago de Vanuatu, no Pacífico Sul, com uma população de 177 mil habitantes, dos quais 57 mil estão filiados à igreja presbiteriana.


2. África. Nesse continente, as maiores igrejas presbiterianas estão em cinco países. No Quênia, a Igreja Presbiteriana do Leste da África tem 3 milhões de membros; no Congo, as várias denominações presbiterianas totalizam cerca de 1,4 milhão de pessoas; em Camarões, os três grupos principais somam 1 milhão de membros; em Malawi, a Igreja Presbiteriana da África Central tem 770 mil fiéis; e em Gana duas igrejas presbiterianas possuem em conjunto 600 mil membros. No que diz respeito a igrejas reformadas, as maiores são as da Nigéria (mais de 3 milhões em vários grupos) e de Zâmbia, com meio milhão. Outros casos marcantes são o Sudão, no qual a comunidade presbiteriana vem crescendo em meio a intensos sofrimentos causados pela guerra civil e a repressão religiosa (são 450 mil fiéis); o Togo, cuja Igreja Presbiteriana Evangélica tem 300 mil membros; e a torturada Ruanda, palco de um recente genocídio, que tem 120 mil presbiterianos. Nos países de língua portuguesa, Moçambique conta com 100 mil presbiterianos, em contraste com a pequenina Igreja Presbiteriana de Angola. As igrejas reformadas da África se destacam pelo seu grande crescimento e sua forte identidade africana.


3. América Latina. Apenas dois países ibero-americanos possuem comunidades presbiterianas de maior expressão: México e Brasil. A Igreja Presbiteriana Nacional do México, cujos primórdios remontam a 1872, possui 1,2 milhão de membros, sendo a segunda maior denominação evangélica do país. No Brasil, todos os grupos presbiterianos e reformados somam entre 700 mil e 1 milhão de pessoas. Existem pequenas denominações presbiterianas em muitos outros países: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Guatemala, Guiana (Inglesa), Paraguai, Peru e Venezuela. Muitas dessas igrejas tiveram ou têm estreitas relações com a Igreja Presbiteriana do Brasil.

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