Como os cristãos devem se relacionar com as artes, cultura e o que "rola" no mundo de um modo geral? Como entender e responder às questões levantadas pelos "de fora"?
Recentemente, a Editora Cultura Cristã publicou um livro excelente na área de Cosmovisão e Cultura. Vai aí uma simples resenha dele!
VAN TIL, Henry R. O conceito calvinista de cultura. São Paulo: Cultura Cristã, 2010
Em O conceito calvinista de cultura, Van Til expõe de forma belíssima a cultura verdadeiramente cristã, cristocêntrica e cristodirecionada. Após a deformação da cultura e da sociedade pela Queda, entende-se que, somente em Cristo, o ser humano poderá encontrar uma base sobre a qual poderá reconstruir a cultura ao seu redor.
Van Til estrutura seu livro em três partes. Em primeiro lugar, define a questão do problema com a cultura submersa no pecado. Em segundo lugar, por meio de uma orientação histórica, Van Til conduz o leitor a um visão cristocêntrica de mundo. Em último lugar, Van Til traça algumas considerações básicas acerca das definições relacionadas ao calvinismo e a cultura.
Van Til inicia seu argumento afirmando que, embora o cristão esteja no mundo mas não seja do mundo, que isso não signifique que ele não deve se envolver com a cultura de modo geral. Após definir o que é Cultura e o que é Calvinismo, Van Til expõe o que o Calvinismo afirma sobre o pecado e seus efeitos na própria cultura. Segundo Van Til, uma das conseqüência do pecado foi a divisão das etnias que, por sua vez, tem causado uma grande antítese cultural.
Na segunda parte de livro, Van Til traça uma linha histórica que parte de Agostinho de Hipona, passando por João Calvino, Abraham Kuyper, culminando em Klaas Schilder. Ao tratar de Agostinho, Van Til mostra o quanto o mesmo escreveu e trabalhou em prol de uma transformação cultural, envolvendo-se e dialogando com ela “redentivamente”. Sobre João Calvino, Van Til disserta sobre o quanto ele dialogou com a cultura, envolveu-se com ela, elogiou-a, e argumentou em favor de uma reforma na vida integral do cristão, o que envolve aspectos relacionados a ele e a cultura. Ao abordar Abraham Kuyper, Van Til trata da graça comum, de como Deus age em provisão sobre o mundo caído, derramando dons inclusive àqueles que não o glorificam com os mesmos. Encerrando seu pensamento com Schilder, o autor vai apresentar Cristo como a única chave para a transformação na forma como os cristãos (e o mundo) se relacionam com a cultura. Schilder vai desenvolver a doutrina da graça comum (Kuyper) naquilo que chamou de doutrina do mandado comum, ou seja, do mandado cultural do paraíso como um serviço dado por Deus que devemos prestar, pela graça.
Na terceira e última parte, Van Til passa traça algumas considerações básicas a respeito da relação Calvinismo e Cultura. Para Van Til, a única teologia da cultura que, de fato, seja relevante para o mundo, é a Calvinista. Nesta parte, o autor tratará, dentro da perspectiva Calvinista, da autoridade das Escrituras, da motivação da fé, sobre a cultura, sobre o mundo, sobre o senhorio mediador de Cristo, sobre o chamado cristão e sobre a graça comum.
Sua conclusão, é de que o Calvinismo deve ser cuidadosamente estudado, uma vez que apresenta a única teologia da cultura que seja, realmente, relevante para o mundo em que vivemos, e isso, por se tratar da uma teologia da Palavra. Seu esforço em O conceito calvinista de cultura foi direcional, principalmente os calvinistas, rumo a uma correta definição de Cultura.
Fonte: http://wilsonporte.blogspot.com.br/2011/09/o-conceito-calvinista-de-cultura-de-van.html
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