terça-feira, 27 de novembro de 2012

Missionários brasileiros no Senegal podem ser libertados nos próximos dias

Magno Malta relata condições em que estão presos os missionários, que chama de degradantes


Os missionários José Dilson da Silva e Zenaide Moreira Novaes, presos no Senegal sob a acusação de evangelizar crianças muçulmanas, podem ser libertados nos próximos dias. A informação é do senador Magno Malta, que está no país africano e conversou com a advogada Damares Alves sobre o caso.
Segundo Damares, que postou as informações em sua página do Facebook, Malta acredita que a comoção e repercussão em torno do caso pode agilizar a soltura dos missionários. Ele integra uma comitiva formada também pelos deputados Ronaldo Fonseca e Paulo Freire, que foram enviados pelo Itamaraty ao Senegal em missão diplomática. O objetivo é tomar conhecimento do processo e encontrar uma solução rápida para o caso dos missionários.
José Dilson e Zenaide fazem parte do projeto Obadias, e foram enviados como missionários à região de Mbur, no Senegal, pela Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT). Ele foram presos e transferidos para a prisão de Thiés, localidade vizinha, onde foram obrigados a assinar documentos sem a possibilidade de ler o conteúdo, em que consta a acusação de que faziam parte de “uma associação de malfeitores para as crianças”, de acordo com Marli, esposa de José Dilson.
Prisão em Thiés, onde estão detidos os missioários José Dilsom e Zenaide
Ainda segundo ela, os missionários foram colocados em “uma cela imunda, como malfeitores, sem luz, sem água, sem uma cadeira para sentar, sem poder ter nenhum pertence pessoal consigo”.
O senador Magno Malta disse que ficou “estarrecido com as condições do presídio de Thiés”, cuja capacidade é de 400 presos mas abriga quase 1200. “Oramos com os acusados e sensibilizamos o diretor, que prometeu fazer relatório em defesa da boa conduta dos brasileiros”, disse Magno, em informações publicadas em seu site.

Questão religiosa

Malta informou que nada consta contra os brasileiros acusados por pais mulçumanos. Houve porém, uma negligência do advogado que não registrou devidamente o estatuto do projeto de cunho evangélico na África.
Segundo ele, o problema tem origem na questão religiosa, já que o islamismo é a religião dominante no Senegal. “Com absoluta certeza, a questão religiosa é o motivo principal da prisão, já que a denúncia foi feita por um pai mulçumano”, explicou Magno.
O pastor José Dilson e a missionária Zenaide foram ouvidos na presença do diretor do presídio. Interrogados, ambos negaram o ter convertido um menor de idade ao cristianismo.
Malta relatou sua emoção ao ver a determinação dos missionários em sua nobre tarefa de dar uma vida digna e esperança a crianças carentes e abandonadas nas ruas. “É difícil segurar as lágrimas. São inocentes presos no cumprimento de uma nobre missão de paz”, disse o senador.
Segundo ele, as crianças do orfanato dirigido pelo missionários brasileiros choram o tempo todo, na falta de Zenaide. A missionária é chama de “mãe” pelas crianças.
Ele acrescentou que os missionários afirmaram que sabem que estão são prisioneiros por causa de Cristo, mas que não vão desanimar nunca. Enfatizou ainda que há muito tempo ele não via testemunhos tão fortes de fé e dedicação.

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