No dia 6 de fevereiro, o pastor cubano Reutilio Columbié foi encontrado inconsciente em uma rua, várias horas depois de deixar sua casa em Moa, província oriental de Holguín. O pastor tinha planejado viajar para a cidade de Holguin para apresentar uma queixa contra as autoridades que haviam confiscado um veículo pertencente à igreja.
O veículo, comprado pelo pastor Columbié para transportar os membros da igreja, foi apreendido pelas autoridades em dezembro passado, sem aviso ou qualquer explicação. O carro teria sido devolvido ao proprietário original, que tem laços familiares com um indivíduo do Comitê Central do Partido Comunista Cubano.
O ataque foi precedido por telefonemas anônimos dizendo ao pastor e sua família que não reclamassem às autoridades sobre o confisco do veículo, pois caso o fizessem, enfrentariam as conseqüências. O mais provavel é que o ataque esteja ligado à decisão do pastor Columbié.
O pastor não se lembra de nada sobre o ataque, mas foi constatado o roubo dos documentos relativos ao veículo. Pastor Reutilio, 41, está agora se recuperando em casa sob os cuidados de sua esposa Maida Perez e seus três filhos, mas ainda luta para recuperar a fala e a memória prejudicadas pelo ataque. Sua filha diz também que ele tem sentido náuseas e tonturas frequentes.
A família recebeu garantias de que será feita uma investigação sobre o ocorrido com o pastor, mas as autoridades voltaram atrás alegando que já se passou muito tempo após o ataque.
"Cuba carece de uma legislação que proteja a liberdade religiosa e garanta as propriedades das igrejas", disse Mervyn Thomas, Chefe do Executivo da agência CSW (Christian Solidarity Worldwide). Isto, combinado com o fato de que todas as questões religiosas são tratadas pelo Gabinete de Assuntos Religiosos do Comitê Central do Partido Comunista Cubano (PCC, ao invés de canais regulares judiciais, deixa os grupos e líderes religiosos vulneráveis ao abuso e descaso, sem meios para recorrerem das decisões tomadas.
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